quinta-feira, 29 de setembro de 2011

34ª Reunião da ANPED


Após 18 anos sendo realizada na região sudeste do Brasil, a Reunião Anual da ANPEd ocorre na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, orientada pela necessidade de contribuir para o fortalecimento da pós-graduação em Educação nas regiões norte e nordeste. Além disso, inova-se ao buscar um formato que se adéqüe as exigências resultantes do crescimento quantitativo e qualitativo de nossa área, bem como à diversificação que tal crescimento apresenta. É com o espírito de mudança e renovação que a 34ª. RA busca promover o encontro de pesquisadores e pesquisadoras em Educação das mais diversas partes desse imenso Brasil para expor seus resultados de estudos e pesquisas e debater o destino da pós-graduação e sua inserção na realidade brasileira.
Entre os dias 2 e 5 de outubro estarão reunidos pesquisadores e pesquisadoras em Educação, docentes e discentes dos 108 Programas de Pós-Graduação em Educação deste país, além de convidados especiais que, com suas experiências e reflexões, deverão enriquecer o debate educacional. São eles pesquisadores estrangeiros de distintos países, tanto da América Latina (Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Guatemala, Nicarágua) quanto dos Estados Unidos e Europa (França, Inglaterra e Portugal), além de pesquisadores que se dedicam a outras áreas do conhecimento. Incluem-se, ainda, entre nossos interlocutores, representantes de segmentos da sociedade civil organizada e do governo em seus distintos âmbitos. 

Diretoria da Reunião Anual da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação


FONTE e PROGRAMAÇÃO COMPLETA: http://34reuniao.anped.org.br/

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CARTA DE REPÚDIO


 No dia 12 de Setembro às 18:25h, a tuma de Pedagogia do 5º período, na qual estava ocorrendo a aula de Ensino de Matemática I, ministrada pelo professor doutor Francisco Peregrino, presenciou uma atitude de extrema falta de respeito pela  autoridade do professor dentro de sala de aula.
 Um grupo de alunos do curso de Direito invadiu (o termo é coerente com a ação, pois não estava no horário de término da aula), sem nenhuma autorização prévia do docente em questão,  a sala C2 do Setor I. Além de interromper a atividade que o professor realizava, os alunos acompanhados por um professor (o que torna a atitude mais lamentável) entraram fazendo barulho com ar de deboche. Houve ainda intervenções do professor Peregrino, alertando-os da postura anti-ética que os alunos estavam tomando, porém nada adiantou e a invasão dos graduandos do 4º período de Direito interrompeu de forma autoritária o andamento da aula.
O CAPED (Centro Acadêmico de Pedagogia) Paulo Freire relata essa notícia com muita indignação, pois defendemos uma relação mútua de respeito e convivência harmônica entre os cursos que funcionam no Setor1 e em toda Universidade. Relatamos também, que não é a primeira vez que alguns alunos do curso de Direito não atendem aos pedidos de silêncio dos professores do nosso curso, quando estão nos corredores nos intervalos de aulas. Em suma, gostaríamos de demonstrar nosso repúdio a esse tipo de postura, que só causa constrangimento à quem presencia e denigre à imagem dos alunos do curso de Direito.
Lamentável saber, mais uma vez, que o desrespeito pela figura do professor não é exclusividade de adolescentes da rede básica de ensino.

domingo, 11 de setembro de 2011

Políticas Públicas para a Educação Infantil: Qualidade, Obrigatoriedade e Diversidade

O Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB) e o Fórum de Educação Infantil do Rio Grande do Norte (FEIRN) convidam para o III Encontro Região Nordeste (MIEIB) e o VII Seminário do Fórum de Educação Infantil do RN que serão realizados nos dias 19 e 20 de setembro de 2011, em Natal/RN, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).


Inscrições:
Local: Secretaria do NEPI- Núcleo de Estudos e Pesquisas da Infância
NEI - Campus Universitário, s/n Natal-RN
Fone: 3215 3472/3215 3549 e 3215- 4255
Investimento: R$ 10,00
Obs.: Inscrições limitadas a 300 participantes.

Programação
19/09/2011 Auditório da REITORIA - aberto ao público externo

07h30- Credenciamento

08h 30- Abertura Homenagem a Fernanda Jalles Atividade cultural: Apresentação de Xaxado por crianças do NEI/Cap/UFRN

09h- Mesa Redonda: Plano Nacional de Educação (PL. 8.035/2011): tramitação e estratégias de incidência e financiamento da Educação Infantil
Dep. Federal Fátima Bezerra (Presidente da Comissão de Educação)
Ms Daniel Cara (Coord. da Campanha Nacional pelo Direito à Educação)
Profª Dra. Alda Maria Duarte de Castro (CE/UFRN)
Coordenação: Prof. Dr.ª Jacyene Melo de Oliveira Araújo (CE/SEDIS/UFRN)

10h30- Palestra: Políticas Públicas de Educação Infantil;
Profª Rita Coelho (COEDI/MEC)
Coordenação:Profª Esp. Denise Paiva de Medeiros (Fórum de Educação Infantil/RN)

Intervalo almoço

14h- Mesa Redonda: Qualidade, Obrigatoriedade e Diversidade na Educação Infantil;
Prfª Drª Márcia Maria Gurgel Ribeiro (CE/UFRN)
Profª Drª Marlene dos Santos (MIEIB)
Profª Drª Rita Gomes do Nascimento (CNE)
Coordenação: Prof. Drª Naire Jane Capistrano (NEI/UFRN)

17h -Encerramento

19 e 20/09/2011 Reunião do colegiado dos Fóruns Estaduais de Educação Infantil do Nordeste/MIEIB

19/09 Noite-
Relatos das atividades desenvolvidas por cada Fórum

20/09 Manhã-
Planejamento de ações articuladas dos Fóruns para a região Nordeste.
Avaliação do encontro
Encerramento


sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Carta às esquerdas


Livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação de algumas ideias. A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.

Boaventura de Sousa Santos *
 

Não ponho em causa que haja um futuro para as esquerdas mas o seu futuro não vai ser uma continuação linear do seu passado. Definir o que têm em comum equivale a responder à pergunta: o que é a esquerda? A esquerda é um conjunto de posições políticas que partilham o ideal de que os humanos têm todos o mesmo valor, e são o valor mais alto. Esse ideal é posto em causa sempre que há relações sociais de poder desigual, isto é, de dominação. Neste caso, alguns indivíduos ou grupos satisfazem algumas das suas necessidades, transformando outros indivíduos ou grupos em meios para os seus fins. O capitalismo não é a única fonte de dominação mas é uma fonte importante.

Os diferentes entendimentos deste ideal levaram a diferentes clivagens. As principais resultaram de respostas opostas às seguintes perguntas. Poderá o capitalismo ser reformado de modo a melhorar a sorte dos dominados, ou tal só é possível para além do capitalismo? A luta social deve ser conduzida por uma classe (a classe operária) ou por diferentes classes ou grupos sociais? Deve ser conduzida dentro das instituições democráticas ou fora delas? O Estado é, ele próprio, uma relação de dominação, ou pode ser mobilizado para combater as relações de dominação?

As respostas opostas as estas perguntas estiveram na origem de violentas clivagens. Em nome da esquerda cometeram-se atrocidades contra a esquerda; mas, no seu conjunto, as esquerdas dominaram o século XX (apesar do nazismo, do fascismo e do colonialismo) e o mundo tornou-se mais livre e mais igual graças a elas. Este curto século de todas as esquerdas terminou com a queda do Muro de Berlim. Os últimos trinta anos foram, por um lado, uma gestão de ruínas e de inércias e, por outro, a emergência de novas lutas contra a dominação, com outros atores e linguagens que as esquerdas não puderam entender.

Entretanto, livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação das seguintes ideias.

Primeiro, o mundo diversificou-se e a diversidade instalou-se no interior de cada país. A compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo; não há internacionalismo sem interculturalismo.
Segundo, o capitalismo concebe a democracia como um instrumento de acumulação; se for preciso, ele a reduz à irrelevância e, se encontrar outro instrumento mais eficiente, dispensa-a (o caso da China). A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.
Terceiro, o capitalismo é amoral e não entende o conceito de dignidade humana; a defesa desta é uma luta contra o capitalismo e nunca com o capitalismo (no capitalismo, mesmo as esmolas só existem como relações públicas).
Quarto, a experiência do mundo mostra que há imensas realidades não capitalistas, guiadas pela reciprocidade e pelo cooperativismo, à espera de serem valorizadas como o futuro dentro do presente.
Quinto, o século passado revelou que a relação dos humanos com a natureza é uma relação de dominação contra a qual há que lutar; o crescimento económico não é infinito.
Sexto, a propriedade privada só é um bem social se for uma entre várias formas de propriedade e se todas forem protegidas; há bens comuns da humanidade (como a água e o ar).
Sétimo, o curto século das esquerdas foi suficiente para criar um espírito igualitário entre os humanos que sobressai em todos os inquéritos; este é um patrimônio das esquerdas que estas têm vindo a dilapidar.
Oitavo, o capitalismo precisa de outras formas de dominação para florescer, do racismo ao sexismo e à guerra e todas devem ser combatidas.
Nono, o Estado é um animal estranho, meio anjo meio monstro, mas, sem ele, muitos outros monstros andariam à solta, insaciáveis à cata de anjos indefesos. Melhor Estado, sempre; menos Estado, nunca.
Com estas ideias, vão continuar a ser várias as esquerdas, mas já não é provável que se matem umas às outras e é possível que se unam para travar a barbárie que se aproxima.


* Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).


terça-feira, 6 de setembro de 2011

Excluíd@s do Grito d@s excluid@s 2011

"O Grito dos Excluídos é uma iniciativa que se compõe de uma série de eventos e mobilizações que se realizam ao redor da Semana da Pátria, ou seja, de 01 a 06 finalizando-se no dia 07 de setembro, ou um pouco antes, isso depende da realidade local. Não se trata exatamente de um movimento, uma campanha ou uma organização, mas de um espaço de convergência em que vários atores sociais que se juntam para protestar e propor caminhos novos" (Grito dos Excluídos, 2011).

É com base nessa citação que iniciamos os informes do 17º Grito dos Excluídos ocorrido no último dia 06/09/2011 no Bairro de Mãe Luíza em Natal. A ideia original do Grito é lembrar em meio às comemorações patrióticas e militares que há um contingente significativo da população brasileira  e mundial cujo dia-a-dia se pauta na sobrevivência em meio a exclusão social.

O Centro Acadêmico Paulo Freire teve como objetivo pautar o Grito como espaço de fomento da questão educacional do nosso estado, tendo em vista os altos índices de analfabetismo que circundam nossa realidade. Outros espaços se organizaram com suas pautas e denúncias sociais. Foi assim com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Pastorais de Juventudes, Conselhos Eclesiais de Bases (CEB), Movimento Estudantil entre outros. 

Entretanto o que acabou por chamar a atenção foi um fato que causou desconforto e constrangimentos aqueles e aquelas que por seus debates e/ou acúmulo defendem a causa do aborto como direito da mulher, questão de saúde pública, processo social, autonomia do corpo feminino ou ainda laicidade na questão. Ao levantar a bandeira da legalização do aborto o grupo foi duramente reprimido pela comunidade católica do evento. No entanto nesse momento a questão foge o debate do "contra ou a favor" por dois pontos: Primeiro que o Grito não é da Igreja Católica, o grito é dos excluidos e excluidas. Segundo que a livre expressão é garantida pela por lei a qualquer cidadão, nesse sentido não há respaldo algum por parte da igreja em proibir qualquer que seja a manifestação de grupos organizados.

Assim entendemos que se faz necessário fazermos o debate de forma concreta e laica, baseada nos altos índices de mortes causadas por abortos clandestinos realizado sobretudo por mulheres pobres, assim como dialogarmos isentos de concepções religiosas ou dogmáticas cujo conteúdo não ajuda na resolução dos problemas concretos. É sabido que temos setores cujo assento é o reacionarismo e o conservadorismo, no entanto não podemos baixar a cabeça frente a tais espaços, é nosso papel fazer uma sociedade mais justa e igualitária onde algumas não gozem de abortos cirúrgico em clínicas americanas enquanto outras usam agulha de crochê ou medicamentos sem procedência. 

Assim externamos não posicionamentos que se digam um lado ou outro. No entanto salientamos que a liberdade de expressão é direito universal aos seres humanos e por assim ser a defenderemos em qualquer instância que estejamos. 

Centro Acadêmico Paulo Freire